Olhando para a foto das leituras desse mês ele parece muito produtivo. Mas, não foi bem assim. Março foi um mês complicado e acabei iniciando várias leituras que não consegui terminar. Atualmente, não me forço mais a finalizar um livro que não está fluindo por causa de leituras coletivas ou só porque comecei e teoricamente, deveria terminar. Em um mundo caótico e cheio de julgamentos, é imprescindível que sejamos mais gentis conosco e respeitemos os nossos momentos de indecisão ou de falta de ânimo. As leituras acontecem no seu tempo e cada livro tem a hora certa para ser lido. Esse momento é muito subjetivo e cada leitor deve encontrar o seu. O fato é que os livros devem ser lidos quando estamos realmente com vontade de lê-los. Se não, perdemos muito do que aquela história queria nos dizer. Não se cobre tanto. A leitura deve ser prazerosa e não transformada em obrigação.

1. A metade perdida – Brit Bennett (Intrínseca, 2021): Livro do Clube Intrínsecos de Março, uma história emocionante, fluida e muito atual. Gostei tanto que já tenho outro livro da escritora pronto para ser lido em breve.
2. Como analisar narrativas – Cândida Vilares Gancho (Ática, 2006): Livro de Teoria Literária bem curtinho, que foi utilizado em uma das aulas de Introdução aos Estudos Literários que fiz com a Jéssica Mattos. É um texto ótimo para ajudar na análise de narrativas.
3. Felicidade conjugal – Lev Tolstói (Editora 34, 2010): Tenho intercalado algumas novelas e contos entre as narrativas maiores com o intuito de evitar a ressaca literária. Aqui, uni duas coisas que gosto muito: literatura russa e um texto curto e fluido. Mas, muito pertinente nos dias atuais, com um tema bastante interessante e uma abordagem humana daquelas que Tolstói faz com maestria.
4. Ninguém escreve ao coronel – Gabriel Garcia Márquez (Record, 1980): Outra novela para intercalar com narrativas grandes. Porém, neste caso específico, não curti tanto. Li o livro em uma sentada, mas esperava um pouco mais de desenvolvimento. Talvez por estar com expectativas altas demais, me decepcionei com essa leitura.
5. Agnes Grey – Anne Brontë (Martin Claret, 2020): Leitura coletiva com a Duda Menezes para o Projeto irmãs Brontë. Gostei demais desse livro, que traz inúmeras reflexões atuais, infelizmente. Já fiz resenha sobre ele, onde abordei o tema desenvolvido pela autora.
6. No caminho de Swann – Marcel Proust (Nova Fronteira, 2017): Sem palavras para esse livro. Já compartilhei por aqui algumas reflexões que fiz através da leitura desse clássico que dispensa apresentações. Pretendo continuar lendo a série, mas, sem pressa para terminar. Esta é uma leitura reflexiva, que exige tempo e paciência. Mas, que eu amo!
7. Todos nós adorávamos caubóis – Carol Bensimon (Cia das Letras, 2013): Livro do Leia Mulheres de Campinas do mês de março. Gostei, mas esperava mais dessa leitura.
8. 4321 – Paul Auster (Cia das Letras, 2018): Este foi o meu companheiro de março junto com O caminho de Swann. Favorito, 5 estrelas. Gostei tanto das reflexões e da escrita de Auster, que já comprei mais livros dele para ler em breve. Espero que não se torne mais uma obsessão literária por aqui. Em breve farei resenha sobre ele.
9. Os testamentos – Margaret Atwood (Rocco, 2019): Continuação de O conto da Aia, esse livro traz alguns fechamentos e reflexões sobre os anos seguintes à construção do Estado de Gilead. Foi uma leitura coletiva com a Catharina do perfil @sejamostodosleitores e a experiência foi muito legal, apesar de tratar-se de uma distopia que não está tão distante de nós como gostaríamos.
10. O estrangeiro – Albert Camus (Record, 1979): Essa foi uma releitura, pois, na primeira vez em que li esse livro eu tinha uns 14 anos. Não me lembrava muito da história, mas tinha em mente que não havia gostado do livro. Na releitura, compreendi melhor os conceitos abordados pelo autor e refleti bastante sobre a obra. Ainda assim, não é um favorito e não sei se quero ler outros livros do escritor.