vida de leitor

Atualização dos 1001 livros para ler antes de morrer – Primeiro semestre de 2023

Dessa vez, ao conferir a lista dos livros lidos no primeiro semestre dessa lista tão icônica, me assustei com a quantidade de títulos lidos: geralmente, leio cerca de 10 a 15 livros dos 1001, isso sem perceber, somente a partir das minhas escolhas. Porém, esse ano, entrei em novos projetos de leituras e por isso dei preferência a livros contemporâneos ou mesmo para obras que não fazem parte dessa lista.

Todas as vezes que confiro as escolhas dos 1001 livros, me lembro de inúmeros textos que tenho muita vontade de ler e que vão ficando para depois. No meio do caminho, encontramos algumas adversidades que nos impedem de realizar essas leituras, tais como edições esgotadas, falta de traduções de alguns deles ou até mesmo a desatualização desse livro. Se formos pensar, após o seu lançamento, muita coisa foi escrita e publicada no mercado editorial e esse livro merecia uma nova impressão ou até mesmo uma atualização, uma revisão dessa edição que é tão antiga. Eu particularmente acho a proposta dele excelente: conheci muitos livros através dessa curadoria e acho divertido também acompanhar os projetos de leitura das pessoas que seguem a lista de forma aleatória.

Nesse semestre, li apenas sete livros da lista. Eu realmente esperava que fosse mais, porém, não me arrependo das escolhas desse ano. Rever a lista dos 1001 livros é muito bom para lembrarmos de livros que estão na estante parados ou de outros que queremos ler e esquecemos. Como o projeto de leitura segue, vamos à atualização que temos no momento. Pode ser que o segundo semestre seja mais produtivo nesse sentido.

  1. Robinson Crusoé – Daniel Defoe (Zahar, 2021): Considerado um dos maiores clássicos da literatura mundial, neste romance, acompanhamos as divagações filosóficas do protagonista que ficou preso em uma ilha caribenha em meados do século XVI. Com texto fluido e simples, o enredo mescla os devaneios de Robinson com cenas de aventura e reviravoltas, levando o leitor a uma ótima experiência com um clássico.
  2. Guerra e paz – Liev Tolstói (Companhia das Letras, 2017): Épico da literatura russa, conta a história de cinco famílias aristocráticas, com foco em três personagens principais, durante a invasão da Rússia pelas tropas Napoleônicas. O objetivo do autor é mostrar a vida que segue fora dos fronts de batalha, além de desromantizar a ideia de morrer pela pátria tão difundida pelos meios de comunicação na época, mostrando ao leitor que o campo de batalha é o palco de mortes e de desumanização do indivíduo.
  3. A morte em Veneza – Thomas Mann (Companhia das Letras, 2015): Novela clássica onde acompanhamos a decadência do professor Gustav Aschenbach durante a sua viagem de férias à Veneza. Ao se apaixonar por um jovem hóspede do hotel, o professor perde a capacidade de raciocinar logicamente e entra em uma espiral de autodestruição que o leva a um fim trágico.
  4. O amante de Lady Chatterley – D. H. Lawrence (Penguim, 2010): Clássico da literatura inglesa, onde acompanhamos a desilusão de Constance Chatterley, ao se casar e ver seu marido ficar paralítico após ser ferido na guerra. O romance aborda temas importantíssimos da época, tais como a guerra e suas consequências, a migração da população do campo para a cidade, a pobreza e a questão trabalhista, onde as pessoas eram exploradas em fábricas insalubres. Há também o caso da protagonista com o guarda-caças, mas é algo que fica em segundo plano, considerando todas as outras abordagens que o livro apresenta.
  5. As ondas – Virgínia Woolf (Autêntica, 2021): Romance experimental da escritora inglesa, onde acompanhamos seis amigos de infância, desde a sua mais tenra idade até a velhice. Há muitos temas que são abordados pela autora, principalmente a questão do envelhecimento e de como lidamos com ele. Além de processos de escrita, suicídio, encontros e desencontros. A morte também é um dos grandes temas dessa obra, afinal, a amizade desses protagonistas só existe em função da morte de Percival, que se torna um elo poderoso de união entre eles.
  6. Seus olhos viam Deus – Zora Neale Hurston (Record, 2021): Clássico da literatura norte-americana, onde conhecemos a história de Janie Crawford, uma mulher negra que decide escolher o seu próprio destino na Flórida de 1930. Enfrentando muitos obstáculos, a protagonista segue em frente em busca de liberdade e de amor verdadeiro. Romance muito bem escrito, que mostra mais uma vez as questões étnicas dos Estados Unidos e as dificuldades impostas às mulheres negras para que cheguem a algum lugar.
  7. As vinhas da ira – John Steinbeck (Record, 2022): Mais um clássico norte-americano, que conta a trajetória sofrida da família Joad, em sua travessia do oeste para o leste dos Estados Unidos em busca de oportunidades de trabalho, após terem sua vida destruída pela crise de 1929, agravada pelo fenômeno climático Dust Bowl, uma sequência de ventos fortes, que provocaram uma chuva de areia e destruiu as terras da região de Oklahoma, impedindo o trabalho no campo e a dificultando a permanência das pessoas no lugar. É um dos livros mais tristes que já li na vida, mas vale cada página.

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