vida de leitor

Minha trajetória como leitora

E mais uma vez voltei a ler Em busca do tempo perdido do Proust. É impressionante como esse livro me faz refletir sobre a minha vida e as minhas memórias. Comecei a sua leitura no ano passado e o abandonei por diversas vezes (retomarei esse assunto no final deste texto), mas, voltando a ele agora, em abril de 2022, pude perceber o quanto mudei nos últimos seis meses. E isso é bom, porque recomecei a ler Em busca do tempo perdido com um outro olhar, assim como retomei outras leituras abandonadas sob nova perspectiva, percebendo assim a importância das releituras. Empolgada por todos os sentimentos que Proust desperta em mim, resolvi contar para vocês um pouco sobre a minha trajetória como leitora, as fases e os livros que marcaram esses momentos.

Este é um tipo de conteúdo que muito me interessa. Adoro quando algum produtor de conteúdo literário compartilha sua trajetória conosco porque em muitos casos nos identificamos com eles e lembramos das nossas próprias histórias e momentos da nossa vida. Por isso achei interessante trazer esse conteúdo aqui para o site. Dessa forma, vocês podem me conhecer melhor e compartilharem comigo nos comentários os livros de vocês, fazendo assim uma troca.

Enquanto eu elaborava uma lista com os livros e fases mais marcantes da minha vida de leitora, percebi o quanto a Literatura Brasileira esteve presente na minha vida e o quanto eu gosto da nossa literatura. Também observei que apesar de eu ler muitos livros escritos em língua inglesa, eu tenho uma preferência notória por Literatura Francesa, Alemã e Russa. Ao longo dos próximos parágrafos vocês entenderão isso com facilidade. Afinal, as sementinhas foram plantadas beeem cedo…

  • Infância e Período escolar

Posso afirmar que sou filha de pais leitores. Tanto o meu pai quanto a minha mãe gostavam muito de ler. Meu pai não tinha o hábito de ler livros em casa, mas em seu escritório, sobre a sua mesa, sempre estava a sua leitura atual, geralmente clássicos em língua francesa ou clássicos brasileiros. Lembro de minha mãe lendo para mim histórias antes de dormir. Quando não as estava lendo, as estava contando, de memória. Minha mãe sempre gostou muito de poesias e costumava declamá-las para mim.

Com certeza essa proximidade com o universo da leitura me ajudou a criar o hábito de ler e de buscar novas histórias. Sou de 1979, portanto, cresci na década de 1980. Naquele tempo, não existia internet, nem redes sociais. Durante muito tempo, tivemos apenas um aparelho de TV em casa, que sintonizava apenas 4 canais. Não tivemos TV a cabo, nem vídeo cassete por muitos anos. Morávamos no centro de Belo Horizonte e por isso não tínhamos o hábito de brincar nas ruas. Assim, o entretenimento ficava por conta do rádio, dos jogos de tabuleiro ou dos livros.

Para minha grande sorte estudei em escolas que exigiam leituras paradidáticas. Então estava sempre lendo algum livro. Me lembro dos Almanacões da Turma da Mônica, sendo este o primeiro livro que me recordo de segurar nas mãos, ler e fazer as atividades. Da saudosa coleção Vaga-Lume, presença constante nas escolas nas décadas de 1980/90, o mais marcante para mim, foi Um cadáver ouve rádio do Marcos Rey, que me fez ter pesadelos com ele, mas ao mesmo tempo, me deixava fascinada e curiosa para saber o que ia acontecer naquela história. Daí nasceu o meu interesse por literatura de suspense e mistério.

Já no final do Ensino Fundamental, li também para a escola um livro chamado A estrela sobe do Marques Rebelo. Me lembro de falar sobre esse livro o tempo todo, escrever para minha prima Daniela comentando sobre essa leitura. Esse livro se transformou no meu assunto favorito daquela época e não à toa, ele foi o meu livro favorito por muito tempo. Mas, depois vieram outras fases…

  • A Biblioteca do Sr. Silla Torres, vulgo meu pai

O meu pai tinha muitos livros interessantes no seu escritório e lá resolvi escolher algum aleatoriamente para ler. E esse aleatório foi simplesmente O príncipe do Maquiavel. Sim, eu tinha quinze anos e li Maquiavel. Entendi tudo? Provavelmente não. Mas, meu pai me explicou algumas questões desse livro e ele nos aproximou bastante. Àqueles que me conhecem há muitos anos, sabem que eu e meu pai não tínhamos uma relação muito boa e nessa fase, a literatura foi uma ponte entre nós.

Pela curadoria do meu pai, li meu primeiro Dostoievsky, meu primeiro Flaubert, meu primeiro Machado, meu primeiro Eça e alguns textos filosóficos de não-ficção. Meu pai tinha um forte apreço pela Literatura Francesa e pelos clássicos brasileiros, como já mencionei anteriormente. Pela época em que ele comprou esses livros, hoje entendo como os russos chegaram até ele: através da Literatura Francesa e das traduções destes para o português. Foi uma época muito boa e da qual eu sinto saudades.

  • Ensino Médio e Vestibular

Neste ponto da minha vida, as pessoas começaram a perceber que eu gostava muito de ler. Assim, comecei a ganhar livros de presente, o que me deixou muito feliz, pois até este momento, os meus livros eram comprados no Sebo Amadeu e a qualidade deles não era das melhores. Eu queria muito ter livros novos, comprados na livraria. O primeiro deles foi O mundo de Sofia do Jostein Gaarder, presente da Tia Zilda. Me lembro de ganha-lo nas férias de janeiro e eu simplesmente devorei esse livro. Ele unia dois interesses meus: a filosofia e o romance policial. Depois disso, eu li O dia do curinga, do mesmo autor (este comprado com o meu dinheiro, na livraria), mas ele não teve o mesmo impacto de O mundo de Sofia.

Me lembro de estar com a mente explodindo nessa época. Estudava muito para o vestibular e estava encantada com as crônicas. Lia muito nessa época Clarice, Fernando Sabino, Luís Fernando Veríssimo, Nelson Rodrigues e, meu professor de Língua Portuguesa e Literatura gostava muito de analisar as letras do Chico Buarque, que se tornou uma grande referência para a minha formação humana. Nesse período, eu gostava muito de Cazuza, que também teve uma forte influência na minha formação como leitora, além de ter descoberto as poesias de Mário Quintana, que se transformou em um poeta queridinho. Tinha vários poemas dele escritos no mural do meu quarto.

Mas, minha mais forte referência literária desse período tão rico na minha vida, foi Os Maias do Eça de Queiroz. O professor Sinéder deu uma aula sobre esse livro, que era uma das leituras obrigatórias do vestibular daquele ano e acredito que esse livro e a sua força literária me impulsionaram a ser a leitora que sou hoje. Lembro dessa aula com muito carinho e a história da família Maia me acompanha ainda hoje com o mesmo fascínio da primeira vez. Já li esse livro 3 vezes e vou reler pela quarta vez esse ano no Clubinho da Paloma Lima para fazer uma resenha sobre ele aqui no site.

  • Entrando na vida adulta

Como nessa época ainda não existia YouTube e Instagram, eu buscava as minhas próximas leituras nas resenhas dos jornais. Assim, li muitos livros de literatura brasileira contemporânea, que eram fartamente resenhados nos jornais. Nessa época, descobri um novo amor literário: as biografias. Esse amor começou por um biógrafo que hoje já não aprecio tanto quanto apreciei um dia, que é o Fernando Moraes. Li dele os livros Olga e Na toca dos leões (biografia do Washington Olivetto) e fiquei apaixonada pelas biografias. Dessa forma, fui atrás das histórias dos meus artistas favoritos. Li a biografia do Cazuza, do Vinícius de Morais e umas tantas outras que não me lembro no momento. Mas, esse se tornou um dos meus gêneros literários favoritos.

Descobri também que o Chico Buarque escrevia romances e li todos os publicados. Me lembro muito do período em que eu estava lendo Budapeste. Não sei se esse livro sobrevive a uma releitura, mas ele foi muito importante naquela época. Nessa fase de curiosidade e de descobertas, li também O Estrangeiro de Albert Camus e não entendi nada. Lembro de ler esse livro para comparar com o disco do Engenheiros do Hawaii, A revolta dos dândis, inspirado na obra do escritor. Hoje o Camus é um dos meus escritores e filósofos favoritos. Mas, aos vinte e poucos anos, eu não tinha maturidade para compreender a teoria do absurdo.

  • Leituras no metrô – trocas de livros com as amigas

Durante um longo período, eu morava em Belo Horizonte e trabalhava em Betim, cidade metropolitana de BH. Dessa forma, passava algumas horas do meu dia no metrô ou no transporte público. Os livros foram meus companheiros de viagem. Como eu quase não comprava livros nessa época, costumava emprestá-los das minhas colegas de trabalho ou das minhas irmãs. Me lembro de ler muitos best-sellers durante esses anos. Afinal, eram os que me caiam nas mãos. Dentre eles, li todos os livros do Dan Brown, conheci a escritora Christin Hanna, e me encantei pelo gênero drama familiar e, através do seu romance O rouxinol, desenvolvi uma obsessão por livros ambientados na Segunda Guerra Mundial. Li vários livros com essa temática, principalmente escritos por judeus vienenses. Assim nasceu um fascínio pela cidade de Viena e pela Áustria, consequentemente, pela literatura em língua alemã, que se consolidou quando conheci o cânone dessa literatura.

Na verdade, esse período das leituras no metrô foi muito importante para mim no sentido de desenvolver a empatia e começar um processo de humanização através da literatura. O mestre Antônio Cândido escreveu um ensaio maravilhoso onde ele elenca vários motivos para incentivar as pessoas a ler, com base na literatura como uma ferramenta humanizadora e os livros que vou citar a seguir cabem como uma luva nesse sentido. O primeiro deles foi A cidade do sol do Khaled Housseini, que li logo após O caçador de pipas do mesmo escritor. Esses livros me levaram a pensar a vida no Afeganistão de uma outra maneira, sob um outro ponto de vista e assim eu comecei a me interessar por livros que fugiam do eixo Estados Unidos/ Inglaterra.

Outro livro que foi muito importante para a minha formação humana foi o Presentes da vida da escritora norte-americana Emily Giffin. Li todos os romances dessa escritora e gostei de ver a mulher contemporânea com todos os seus desafios e questões expostas nos livros dela. Este em especial, mostra a transformação de uma personagem detestável em uma pessoa melhor, através do amor e da maternidade. Hoje eu vejo que este livro tem problemas, mas ele me deu esperança e permitiu que eu acreditasse na minha própria transformação.

Mais uma obra transformadora para mim foi A casa das sete mulheres da escritora brasileira Letícia Wierzehowski. Eu já conhecia a história através da minissérie de TV, mas o livro é sempre mais complexo e diferente. Aqui, posso dizer que nasceu o meu amor por romances históricos e eu comecei a procurar mais livros desse gênero. Além disso, me interessei muito pelo contexto apresentado pela autora e pesquisei mais sobre a Revolução Farroupilha, parte da nossa história, que mal estudamos na escola. Descobri o quanto eu gosto de pesquisar contextos históricos e sociais quando estou lendo um livro que se passa em um tempo distante.

Para finalizar essa fase tão rica em leituras e em descobertas literárias, uma das minhas últimas leituras no metrô, antes da minha mudança para Campinas, foi a Trilogia Milleniun do Stieg Larsson. Para quem não conhece os livros, eles são romances policiais ambientados em Estocolmo na Suécia e fazem uma série de denúncias contra o sistema, a sociedade e seus preconceitos e sobre a forma como as mulheres são tratadas pelos homens a partir de conceitos machistas e patriarcais que foram normatizados pela sociedade. São bem extensos, mas maravilhosos e nos despertam muitas reflexões sobre a vida e sobre a misoginia.

  • A biblioteca do Regatas e a curadoria da Ingrid

Logo nos meus primeiros anos na cidade de Campinas, comecei a frequentar a Biblioteca do Regatas. Lá conheci a Ingrid, uma mulher muito culta e que conhecia muito sobre os livros. Enquanto ela trabalhou na biblioteca, me indicou obras maravilhosas que resgataram de certa forma os meus antigos hábitos de leitura. Dentre todos os livros lidos sob sua curadoria, dois se destacaram fortemente. O primeiro, O castelo de vidro da Jeannette Walls. Esta é uma autobiografia, com foco no pai da jornalista. Me lembro de terminar esse livro e ficar pensando, revendo os meus conceitos e falando sobre ele com todo mundo.

O segundo livro que se destaca nessa fase é o Adeus China do Li Cunxin. Este foi o primeiro livro chinês que li e apesar de ser uma autobiografia também, ele tem um contexto histórico riquíssimo, que para nós ocidentais, quebra muitos paradigmas e mostra a vida sob o regime comunista de Mao. Foi outra leitura que exigiu pesquisas e que consolidou o meu amor por romances históricos.

  • A faculdade de Letras e o trabalho de semiótica do Professor Bruno

Dois livros se destacaram para mim durante os quatro anos de universidade. O primeiro deles, o clássico Ilíada e Odisseia de Homero. Li esses livros para um trabalho de semiótica, onde eu deveria comparar as influências de Ilíada e Odisseia no romance contemporâneo O ladrão de Raios do Rick Riordan e no filme Matrix. Deu trabalho, mas aprendi a analisar, a ler criticamente, a questionar e a encontrar referências dos clássicos nos livros atuais. Foi uma leitura feita de outra forma, o que mudou completamente a minha relação com a literatura.

O segundo livro que se destaca na faculdade, claro, foi a minha tese de conclusão de curso. Analisamos o livro Americanah, da Chimamanda Ngozi Adichie. Temos aqui um romance que fala sobre a diáspora, outro tema que conheci através dos meus professores de literatura e que estudei bastante para fazer essa dissertação. Americanah e Chimamanda têm um lugar no meu coração.

  • A descoberta do Book Tube – Ju Cirqueira e Duda Menezes

Um dia, fazendo pesquisas para a faculdade, o YouTube me indicou o canal Nuvem Literária, da Ju Cirqueira. Sim, era 2018 e eu nunca tinha visto um vídeo sobre livros no YouTube. Na verdade, eu nem sabia que isso existia e não tenho vergonha de dizer. Me lembro de maratonar o canal da Ju, ir atrás dos livros que ela indicava, tanto que li quase todos os favoritos dela. E a partir daí, resolvi construir a minha própria biblioteca. Aprendi a marcar os livros, ler com mais criticidade e a fazer resenhas, anotar as coisas que eu achava interessante nos livros…. Foi uma fase muito boa e de muitas descobertas.

Logo depois, através da Ju mesmo, descobri o canal da Duda Menezes. E, apesar dela gostar muito de ficção científica, que eu não gosto tanto, as indicações de biografias, autobiografias, livros de memórias e clássicos em geral da Duda sempre funcionaram muito bem para mim. Através dela, conheci aquela que hoje é a minha escritora favorita da vida, Alice Munro. O primeiro livro da escritora que li foi O amor de uma boa mulher e logo que finalizei esse livro (li em um dia), eu sabia que algo em mim tinha se modificado. Sabia também que eu não era mais a mesma leitora do dia anterior e que a partir desse livro, eu não leria mais qualquer livro e que eu me tornaria uma leitora mais exigente. E não deu outra!

Não posso finalizar essa parte do Book Tube sem citar um dos escritores que conheci através da Ju e da Duda e que se tornou um queridinho para mim, que é o Stephen King. Meu livro favorito do autor é Novembro de 63, que mistura ficção científica e romance histórico. Esse foi outro romance que me fez parar e pensar muito sobre o que li ali, sobre o destino e sobre estar exatamente onde eu deveria estar. Livro transformador.

Também não quero deixar de mencionar outros influenciadores que foram e ainda são muito importantes para a minha maturidade como leitora: no canal Ler Antes de Morrer, da Isa Lubrano, li muitos livros interessantes nas suas leituras coletivas durante a pandemia de Covid e sempre aprendo muito com a Isa. Com o Christian Assunção li vários livros que se tornaram favoritos em seu projeto de leitura chamado Calhamaços Clássicos. Com a Jéssica Mattos aprendi a me expressar adequadamente sobre o valor estético de uma obra e o valor emotivo da mesma em nós leitores. Também conheci muitos nomes da literatura latino-americana que eu desconhecia. Na minha humilde opinião, o canal da Jéssica é um dos melhores do YouTube. Finalmente, mas não menos importante, o canal da Paloma Lima é um dos meus favoritos atualmente, pois além do trabalho excelente que ela faz tanto no Instagram quanto no YouTube, compartilhamos uma paixão: a literatura russa e alemã.

  • A literatura russa na minha vida

Recentemente compartilhei um post da Paula do perfil Quero morar numa livraria, onde ela dizia que nós precisamos nos libertar dessas amarras de “por onde começar a ler literatura russa? ”. De acordo com ela, ponto de vista com o qual eu concordo demais, devemos ler o que quisermos, começar pelo que sentimos mais vontade de ler ou ler o livro daquele autor que temos em casa ou ao qual temos acesso.

Minha história com a Literatura Russa começou assim. Escutei um Podcast do O nome do livro e eles indicaram Anna Kariênina como um dos seus clássicos favoritos. Pela sinopse da obra, fiquei muito curiosa para ler e como eu tinha o e-book, comecei imediatamente. Gostei tanto, que comprei o livro físico e parei todas as leituras em andamento para me dedicar apenas a ele. Anna Kariênina foi a porta de entrada da Literatura Russa para mim. Depois dele, li pelo menos um livro russo por mês e não por ter definido isso como meta, mas porque simplesmente acontece de eu buscar um romance, um conto, uma novela, qualquer coisa da Rússia para ler. Dessa forma, as nossas preferências literárias e as coisas que nos instigam se consolidam e se fazem presentes.

  • A maturidade literária

Ano passado comecei a ler Em busca do tempo perdido, inspirada por tantas pessoas lendo essa obra e por Virgínia Woolf, que se tornou uma das minhas escritoras favoritas da vida. Li o primeiro volume, comecei o segundo e interrompi a leitura. Fiz isso porque durante esse período de dois anos de isolamento social e de pânico generalizado, vendo as pessoas queridas nos deixando, vendo os nossos amigos perdendo seus pais e familiares, acho que todos nós passamos por um momento de rever os nossos conceitos e também começamos a ter um sentimento coletivo de urgência. Urgência em viver, em ser feliz, em fazer tudo o que temos vontade, em dar check nas listas de projetos da vida, etc.

É claro que como toda boa leitora eu tenho uma lista infinita de livros que quero ler antes de morrer, próximas leituras, projetos de leitura, etc. E, para ler Em busca do tempo perdido, não podemos ter pressa. Este é um livro que nos obriga a ir devagar, a refletir. Então, como eu desejava ler muitos outros livros que eram mais ágeis, passei para eles e deixei o “Busca” para outro momento. Porém, todos os dias ele me chamava da estante. Comecei a sentir saudades dele e uma necessidade de voltar a ele. E assim fiz, essa semana. Voltei a ler o segundo volume, do ponto em que havia parado. Dessa vez, com um outro olhar, com um olhar mais maduro, mais objetivo e menos encantado com a prosa proustiana. Esse encanto não acabou, mas, agora eu consigo me apegar à história, ler sem parar para admirar como a escrita dele é bonita. O livro está fluindo e eu estou vendo nele as críticas, as análises e o olhar em retrospecto, observando e refletindo sobre as ações do passado.

Assim, me vejo hoje como uma leitora mais madura, que sabe o que gosta de ler e não sai mais comprando livros impulsivamente só porque alguém disse que é bom. Sigo as minhas metas, participo de alguns clubes de leitura, mas, me sinto à vontade para pular alguns dos livros indicados, quando estes não me agradam. Também não finalizo livros que não estou gostando. Abandono sem dó, independentemente de ser um classicão ou um favorito de todo mundo. Leio o que gosto, o que me move. Afinal, a vida é muito curta para ler um livro ruim.

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Conheça os perfis citados neste post:

Ju Cirqueira: https://www.youtube.com/c/JuCirqueira

Duda Menezes: https://www.youtube.com/c/EduardaMenezes

Ler Antes de Morrer: https://www.youtube.com/c/LerAntesdeMorrer

Christian Assunção: https://www.youtube.com/c/ChristianAssun%C3%A7%C3%A3o

Jéssica Mattos: https://www.youtube.com/c/J%C3%A9ssicaMattos

Livros da Paloma: https://www.youtube.com/c/PalomaLima

Quero Morar Numa Livraria: https://www.instagram.com/queromorarnumalivraria/

O nome do livro: https://www.instagram.com/onomedolivropodcast/

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