vida de leitor

Últimas leituras dos “1001 livros para ler antes de morrer”

Por eu ser uma grande leitora de clássicos, sempre acabo lendo muitos livros desta curadoria e é sempre bom atualizá-la até mesmo para rever e refletir sobre os nossos hábitos como leitores e quais os escritores e livros que estão nos chamando mais a atenção em cada etapa da nossa vida. Dessa vez, li 13 livros da lista. Destes, 11 foram escritos por autores homens e 2 por autoras mulheres. Creio que no segundo semestre do ano passado, li muito mais livros escritos por homens e isso refletiu diretamente aqui. Outra característica das minhas últimas leituras de 2021, foram as nacionalidades: 4 escritores estadunidenses, 3 brasileiros e 6 europeus, sendo um austríaco, um alemão e um polonês. Nos últimos tempos, tenho lido muitos escritores do leste europeu e gostado muito da literatura de língua alemã. Zweig é o único escritor a se repetir nessa lista, o que mostra o quanto ele se tornou queridinho para mim desde que comecei a ler sua obra. Ao todo, já li 99 livros dos 1001. Lembrando que não tenho a intenção de ler todos os títulos citados na lista, mas uma boa parte sim. Vamos aos livros!

  • Oliver Twist – Charles Dickens (Principis, 2019): Clássico do Reino Unido, conta a história de Oliver, um garoto órfão que precisa fugir do orfanato onde vive pois lá é escravizado e sofre com os maus-tratos de seus cuidadores. Ele sai do interior e se muda para Londres, onde conhece um bando de ladrões e com eles viverá grandes aventuras e desventuras. O enredo do livro se passa na Inglaterra Vitoriana, período de industrialização e êxodo rural. Recomendo muito esse livro para todos os leitores acima dos 12 anos. https://amzn.to/3wtNj7A
  • As aventuras de Huckleberry Finn – Mark Twain (Zahar, 2019): Clássico norte-americano, conta a história de Huck, um garoto órfão que foge da fazenda onde é criado por uma família adotiva, por discordar das regras sociais e hipócritas que deve seguir. Em sua fuga, encontra Jim, um escravo que também está em fuga e seguirá com ele através do Rio Mississipi, em uma viagem de aventuras e de muitas descobertas sobre o ser humano e suas contradições. Recomendo uma leitura crítica desse livro para os leitores acima de 12 anos. https://amzn.to/3LfOKe3
  • Coração das trevas – Joseph Conrard (Antofágica, 2019): Um dos clássicos mais importantes da literatura mundial, conta a história de Marlow, um homem que viaja até o Congo com a missão de resgatar um comerciante que se perdeu por lá. Durante essa travessia, o protagonista faz grandes descobertas, não apenas sobre o país, mas sobre o homem e a sua capacidade de destruir e ferir. A obra serviu de inspiração para o filme Apocalipse Now e para diversas outras releituras. https://amzn.to/3DfNpkv
  • Triste fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto (Antofágica, 2021): Clássico brasileiro do início do século XX, conta a história do Major Policarpo, um homem nacionalista, que busca de todas as formas uma identidade nacional, seja através do violão, das tradições tupinambás ou da língua tupi-guarani para o Brasil. É uma obra muito reflexiva, que mostra o país em sua busca por uma identidade de uma forma que nos faz enxergar a nossa cultura por um outro lado. Recomendo demais essa edição da Editora Antofágica, que conta com textos de apoio, muitas notas de rodapé e um glossário ao final que contextualizam a obra e nos ajudam a compreender melhor o enredo. Acho que todo brasileiro deveria ler esse livro. https://amzn.to/36L4d6D
  • Amok – Stefan Zweig (Nova Fronteira, 2018): Novela do escritor austríaco, que conta a história de um médico que evita os contatos sociais, mas resolve se abrir com o narrador, contando-lhe uma história de um relacionamento obsessivo, que o levou ao estado de amok (é uma síndrome que leva o indivíduo ao extremo da raiva, lançando-se contra os outros e no final, a maioria acometida por essa síndrome, comete suicídio). Zweig é um escritor incrível e consegue passar para o leitor esse sentimento de forma bastante psicológica e marcante. https://amzn.to/3iw9UYK
  • Menino de engenho – José Lins do Rego (Global, 2020): Clássico brasileiro que dá início ao Ciclo da Cana de Açúcar, obra prima do escritor paraibano. Neste volume, conhecemos Carlinhos, um menino que ao perder a mãe, vítima de um feminicídio e ter o pai preso pelo crime que cometeu, vai viver no engenho de seu avô. Ele nos conta em primeira pessoa, em retrospecto, sua infância no engenho e as relações de sua família com os empregados. É um romance sensível, com um tom memorialístico e que nos ajuda a compreender um pouco da história do Brasil, através da voz de um homem que vivenciou muito desse período. Recomendo o livro a todos os leitores acima de 12 anos. https://amzn.to/3tDuOvI
  • E o vento levou – Margareth Mitchel (Nova Fronteira, 2020): Clássico norte-americano, conta a trajetória de Scarlett O’Hara, uma moça arrogante, prepotente, rica e mimada, onde sua única preocupação na vida era conquistar um de seus vizinhos e escolher o vestido que usaria na próxima festa. Porém, logo no início desse romance histórico, começa a Guerra Civil Norte-Americana e sua família perderá tudo. Ela terá como objetivo a reconstrução de sua vida e se tornará a responsável pelo sustento de sua família. É uma história forte, muito bem escrita e bem ambientada, porém, tem como enfoque as famílias sulistas dos Estados Unidos e é sob esse ponto de vista que a história será contada. https://amzn.to/3tDu0a9
  • O livro do Xadrez – Stefan Zweig (Fósforo, 2021): Novela clássica de Zweig, onde conhecemos um garoto enxadrista que não perde para ninguém e está a bordo de um navio, a caminho de mais um campeonato de Xadrez. Esse garoto é desafiado por um grupo de pessoas a jogar com um homem, que é capaz de antecipar os movimentos do adversário e dessa forma, consegue derrota-lo. A partir dessa premissa, Zweig vai abordar de uma forma magnífica a Segunda Guerra Mundial. Essa novela é imperdível, uma das melhores coisas que já li na vida. https://amzn.to/36o68yl
  • Gabriela, cravo e canela – Jorge Amado (Cia das Letras, 2021): Clássico brasileiro de um dos meus escritores favoritos da vida, conta a história de Ilhéus, no período da explosão do cacau, onde a cidade despertou a atenção de muitas pessoas que foram para lá, tentar a vida. Em meio aos retirantes, está Gabriela, uma moça um tanto ingênua e ao mesmo tempo muito provocante que vai abalar as estruturas do comerciante Nacib. O romance entre o casal de protagonistas não é o forte dessa obra. O enfoque está mesmo nas armações políticas, no contexto econômico e social vigente naquele período. É mais um livro que todo brasileiro deveria ler. Ele nos ajuda a conhecer mais sobre a nossa história. https://amzn.to/3Nl1v91
  • A honra perdida de Katharina Blum – Heinrich Böll (Carambaia, 2019): O livro conta a história de uma moça que trabalha como secretária e de repente, após uma dança em um feriado de carnaval, tem a sua vida revirada por ser acusada de se envolver com um foragido da justiça. O enredo se passa durante o período da guerra fria e assim, é perceptível o medo constante de uma invasão soviética na Alemanha. Ainda existia o muro de Berlim e todo esse contexto histórico que engrandece a discussão proposta pelo livro. Porém, ele se mantém atual, no sentido de enfatizar a nossa intolerância e a nossa capacidade julgar os outros sem saber ao certo o que se passa dentro da casa e da mente de cada um. Livrão que faz pensar muito! https://amzn.to/3wvIAlT
  • A sangue frio – Truman Capote (Cia das Letras, 2003): Livro que nasceu clássico e fundou um gênero literário, conta a história real de um crime cometido no interior dos Estados Unidos, sem muita explicação. O autor dedicou anos de sua vida à essa pesquisa, entrevistou os envolvidos, os moradores da cidade, os assassinos e suas famílias, criando a partir dessa investigação, um perfil psicológico tanto da família, vítima do homicídio, como também dos dois assassinos. É um livro profundo e visceral, muito bem escrito e que recomendo muito a vocês. https://amzn.to/36jonoM
  • O amante – Marguerite Duras (Tusquets, 2020): Livro com toques autobiográficos da escritora, conta a história de uma moça de 15 anos francesa e pobre, que se envolve com um homem vietnamita, de 27 anos e muito rico, em um momento complicado entre os dois países. A autora aborda além do relacionamento delicado, as diferenças sociais e raciais entre os dois e também as relações familiares, a solidão, a pobreza e suas vicissitudes. É um livro fragmentado, complexo e ao mesmo tempo muito sensível, que nos leva à reflexão e também ao conhecimento de um período histórico pouco falado por aqui. https://amzn.to/3iPKd5X
  • A marca humana – Philip Roth (Cia das Letras, 2002): Esse livraço do escritor norte-americano nos leva à reflexão sobre os julgamentos, o racismo e a vida no nosso tempo. O autor através do seu protagonista Coleman Silk, um professor muito prestigiado de uma universidade do interior é acusado de racismo em uma de suas aulas, por usar uma expressão considerada ofensiva. A partir dessa premissa, Roth conduz o leitor a uma reflexão sobre o julgamento e a conduta das pessoas que leva outras ao fundo do poço. Recomendo muito essa leitura, principalmente àqueles que desejam pensar um pouco além sobre o ativismo e o preconceito de forma geral. https://amzn.to/3NiZJ85

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