É comum de vez em quando aparecerem listas de livros indicados por críticos ou escritores com alguns títulos considerados por eles como imprescindíveis ou que merecem/ devem ser lidos antes de morrer.

Eu particularmente, amo essas listas. Mesmo que não escolha minhas leituras a partir delas, acho interessante saber porque esses intelectuais indicam determinados livros, conhecer a importância deles para essas pessoas como leitores e também a importância do livro no seu país ou no mundo mesmo.

Dessas listas, a mais famosa é a dos 1001 livros para ler antes de morrer. Infelizmente, essa edição encontra-se esgotada no Brasil e ainda não foi reimpressa pela editora. Por isso não tenho o livro, mas, acompanho as indicações através da lista de títulos e gosto de fazer um check nela todos os anos para ver quantos eu já li.

Outra lista que acompanho há um tempo é a da Rory Gilmore (alô fãs de Gilmore Grils), onde contém alguns livros da lista anterior, outros mais populares, muitas peças de Shakespeare e outros que eu não tenho a menor intenção de ler. A TAG Experiências Literárias também criou um desafio chamado Volta ao mundo em 50 livros, onde os curadores indicam 50 livros de países diferentes. É mais uma lista que gosto de acompanhar.

Recentemente a escritora Elena Ferrante fez uma lista para com 40 indicações de livros escritos por mulheres durante o século XX e que ela acha que merecem ser lidos. Essa lista foi publicada originalmente na página Bookshop.org e logo se popularizou por aqui. O mais legal dessa lista é que os livros contidos nela são bem conhecidos no Brasil e muitos deles eu já havia lido e favoritado ou então estavam na minha estante para serem lidos ou na minha lista de desejos. Claro que comecei a acompanha-la também.

Da lista dos 1001 livros, já li 76 sendo a última atualização no final da leitura de Doutor Fausto. Da lista da Rory Gilmore, li 35 livros, sendo o último O mestre e Margarida em janeiro desse ano. Dos 50 livros da TAG, já li 3. A última atualização foi Nossa Senhora do Nilo em novembro do ano passado. Por fim, da lista da Ferrante, já li 11 livros e o último foi Um homem bom é difícil de encontrar, em abril desse ano.

Vou deixar aqui em baixo o link para os blogs que disponibilizam essas e outras listas para quem quiser acompanhar e também indicar 5 livros que já li e fazem parte dessas curadorias, os quais, na minha opinião, merecem ser lidos antes de morrer. Na foto deste post estão os 10 livros que mais aparecem nestas listas e que eu ainda não li e tenho na estante. Spoiler de próximas leituras!

Minhas escolhas:

1. Dom Casmurro – Machado de Assis (Antofágica, 2020): Para quem ainda não sabe, o livro vai contar a história de Bentinho e Capitu, um casal que se forma na adolescência, segue para a vida adulta e termina em tragédia. A importância dessa obra é a genialidade do autor em criar um narrador personagem tão complexo e pouco confiável que entrou para o cânone da Literatura Mundial como um dos principais romances do século XIX. E o melhor: Machado era brasileiro e merece todo o nosso respeito. Essa foi a escolha da lista dos 1001 livros para ler antes de morrer.
2. A casa dos espíritos – Isabel Allende (Bertrand, 2017): Esse foi o primeiro romance da escritora chilena, que começou a carreira com esse livro de grande sucesso, que conta a história de várias gerações de uma família sul-americana. É um drama familiar que aborda várias questões sociais e humanitárias, além de fazer um belo panorama da América Latina do século XX. Com escrita fluida e simples, Allende ganhou meu coração com esse romance épico e surpreendente que eu não conseguia parar de ler. Favorito da vida! Escolha da lista da Rory Gilmore.
3. O melhor tempo é o presente – Nadine Gordimer (Cia das Letras, 2014): Nadine Gordimer é uma das vozes mais conhecidas da África do Sul. Nesse livro belíssimo, mas de leitura lenta e entrecortada, a autora leva o leitor a um país pós apartheid, tentando se reerguer, se reconstruir e criar suas próprias regras de conduta. Uma tentativa vagarosa de abandonar velhos conceitos e preconceitos vigentes, um país pobre, com muita violência onde um casal inter-racial luta por uma vida melhor e por uma nação mais igualitária para criar seus filhos. O livro é atemporal e daqueles que já nascem clássicos. Escolha da lista da TAG.
4. Vida Querida – Alice Munro (Cia das Letras, 2012): Não vou me alongar aqui falando sobre Alice Munro. No seu último livro de contos, ela aborda temas cotidianos, sobre a vida comum das pessoas, mas que nos levam a grandes reflexões. Desse livro, gostei de todas as histórias e no final dele, tem 4 contos autobiográficos muito interessantes sobre a escritora. Livro lindo, sensível e que precisa ser lido. Escolha da lista da Ferrante.
5. Amada – Toni Morrison (Cia das Letras, 2018): Sem dúvida, esse foi um dos livros mais impactantes que já li na vida. É uma obra para releituras e claro que não consegui absorver tudo o que a autora traz aqui de uma vez. Em Amada, Morrison conta a história de uma mãe escravizada no sul dos Estados Unidos, que foge com os filhos em busca de uma vida melhor. Porém, isso não vai ser tão simples assim. Intenso, forte, chocante e muito tocante. Certamente mais um favorito da vida e que merece muito ser lido. Para se ter uma ideia, esse livro está em todas as listas que acompanho. Assim, não restam dúvidas em relação à sua importância para a literatura mundial.

Onde encontrar as listas sugeridas:

• 1001 Livros e Rory Gilmore (https://randomicidades.wordpress.com/)
• Elena Ferrante (https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/11/elena-ferrante-recomenda-clarice-lispector-em-lista-de-escritoras-do-seculo-20.shtml)
• Volta ao mundo em 50 livros (http://betadesantana.blogspot.com/2019/12/comeco-de-jornada-volta-ao-mundo-em-50.html)